— Tem algo que você não me contou?
— Não que eu saiba...
— Ela parecia bem nervosa...
— É... E o pior é que eu não entendi nada do que ela estava falando! Deve ter bebido antes de voltar pra casa ou algo do tipo...
Eu não queria admitir o meu medo de ter dito à Bianca algo que eu não devia enquanto estava bêbada, e do qual eu não lembraria. Então, ainda em choque, fui a direção de Cláudia e ela abriu espaço para que eu entrasse no quarto. Sentei-me na cama e, cansada, pedi-lhe que apagasse a luz.
— Vou dormir também. Espera só eu por o pijama, e eu recomendo que você também ponha!
Eu tinha me esquecido que estava com as roupas do jantar! Então, nos trocamos sem pressa, e enfim pudemos nos deitar. Ela apagou a luz e deitou-se ao meu lado, uma de frente para a outra. Eu estava recostada na parede, e ela parecia se aproximar de propósito... Foi em pouco tempo, e já estávamos de mãos dadas, e os rostos próximos até demais... E por um instante, eu prendi minha respiração. Eu podia sentir a dela... Eu podia sentir o ar quente de seu corpo passando pela minha pele devagarzinho... Depois de um tempo evitando respirar, notei que ela percebera, e antes que eu pudesse voltar ao normal ela sussurrou:
— Respira... Não precisamos dizer nada, só respira... Eu quero te sentir aqui...
Será que eu estava começando a gostar de uma garota no primeiro dia em que nos falamos? Aquilo parecia um sonho... E eu tinha medo de que não fosse.
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