segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Para quem pode me ouvir sussurar. 27

Terceiro Dia
"Olhar teus olhos de promessas fáceis..."

Ao sentir que meu corpo despertava, devagar abri os olhos. A pequena deitada ao meu lado me observava com calma. Estranhei o fato do despertador não tocar, e quando olhei para o relógio e vi que era quase meio dia, me lembrei de um detalhe maravilhoso: era sábado. E ela me olhava... Ela me olhava enquanto uma janelinha entreaberta deixava a luz entrar no quarto e fazia uma fresta de cor em um de seus olhos. Seus olhos... Seus olhos lindos, seu olhar preguiçoso, seu olhar de mulher, que combinava estranhamente com seu jeitinho de menina... Seu olhar, que foi me ensinando durante aqueles segundos que alguém pode amar de repente, pode se apaixonar de repente, se simplesmente se deixar levar... E eu sentia, naquele exato momento, que eu estava gostando... Daí estava amando... Daí me apaixonei.

— Bom dia, princesa...— Sussurrou Cláudia, sorrindo, sem deixar de me olhar. Parecia ter arrumado os cabelos e se ajeitado antes que eu acordasse... Era vaidosa, muito vaidosa.

— Bom dia, guria... Dormiu bem?— Retruquei, sorrindo de volta e suspirando para segurar um bocejo. Meus olhos ainda estavam cansados, e meu corpo estava colado ao dela, quente de certa forma. Então, se aproximando devagarzinho, ela me beijou com simplicidade. Mas... Sabe aqueles dias em que você acorda com vontade de dar um passo? Pois é, era um desses... E no beijo simples, puxei-a pra mais perto, beijando-lhe com mais vontade, segurando sua nuca e colando nossos corpos... E ela parecia ter entendido o recado, quando entrelaçou as próprias pernas entre as minhas...
Então, devagarzinho, fui me debruçando por cima dela, apoiando meu peso em um dos braços para não deixá-la desconfortável. Ela rodeou meu corpo com os braços, me aproximando com cuidado, enquanto me beijava com vontade, roçando a língua em meus lábios hora ou outra, e mordiscando os mesmos, enquanto eu fazia o mesmo com ela. Logo comecei a descer os beijos pelo seu pescoço, sentindo um perfume amadeirado delicioso, provavelmente que já havia se acostumado à pele dela... Enquanto isso, mordiscava sua pele macia, com certo cuidado para não marcá-la, mas quando notei que ela puxava meus cabelos a cada vez que eu fazia isso, comecei a mordê-la com mais força. Arrancava-lhe gemidos baixinhos, deliciosos... Enquanto ela me mordia um dos ombros com força o suficiente para me fazer suspirar e também reclamar, por me deixar marcada provavelmente por semanas!

Foi quando comecei a deixar que minha mão livre percorresse seu corpo quase nu, devido ao tamanho ridículo do pijama que ela usava, e acariciei devagar sua cintura. Por um instante, parei para brincar com meus dedos por ali.. Sempre adorei aquela curvinha da cintura, que diferencia de verdade quando chega no quadril, e depois dali fui descendo a mão até seu osso do ilíaco, demorando meus dedos por ali... Foi então que eu deixei de beijá-la e a olhei nos olhos: era quase que um pedido de permissão, para que meus dedos pudessem seguir dali por diante... Era um pedido para ser a primeira garota da vida dela, significantemente...

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