segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Para quem pode me ouvir sussurrar. 43

— Pro nosso quarto? — Rebateu a pequena, sorrindo. — O médico disse que eu devo ficar bem até amanhã... Não quer ir pra casa?

Eu balancei a cabeça negativamente. Ficaria ali o dia inteiro, e dormiria com ela se pudesse. Logo as outras meninas chegaram, e todas a abraçaram, uma de cada vez, com os olhos vermelhos e os rostos mais felizes. Eu as disse que ficaria com ela...

Devia passar das 15h00 quando todas elas foram embora e eu fiquei sozinha com Cláudia. A enfermeira disse que ela precisava descansar, e eu demorei a convencê-la de que eu ficaria quieta, apenas sentada ao lado dela na poltrona de visitas. Quando pude me sentar ao seu lado, insisti para que ela dormisse, e ela apenas concordou se eu prometesse dormir também...

Logo que sentei, relaxei meu corpo e fechei os olhos. Eles ardiam, e enquanto eu o fazia, massageava meus próprios ombros, em busca de alguma forma de relaxar. A poltrona não era das mais confortáveis, mas era suficiente para conseguir dormir. Quando abri os olhos novamente, ela estava quase adormecendo, com o olhar perdido e os olhos cerrados, e seu corpo todo já estava relaxado. Ela virara o corpo, apoiando-se no lado menos machucado, e logo adormeceu... Devia estar realmente exausta, mas eu não conseguia dormir, só precisava relaxar o corpo um pouco. Mas não existia nada mais relaxante do que vê-la dormir...

Ela descansou por pouco tempo. Eram 16h00 quando acordou, e logo sussurrou para que eu, distraída, a percebesse:

— O que aconteceu? Só me lembro de estar voltando pra casa, e de acordar aqui com meus pais...

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