quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Para quem pode me ouvir sussurrar. 33

Havíamos comprado dezenas de sacolas de roupas e acessórios! A pequena estava um pouco menos zangada, e eu um pouco menos constrangida, às 18h00 quando voltávamos do ponto em que tínhamos descido. Mas antes que eu pudesse engatar numa caminhada mais apressada, graças ao peso das sacolas, Cláudia deixou as dela no chão e me puxou pelo braço, me beijando ardentemente em seguida. Carros passavam buzinando, enquanto nossas línguas dançavam num roçar delicioso, e nossos dentes hora ou outra se encontravam uns com os lábios da outra, fazendo o beijo durar um bom tempo. Quando finalmente nos afastamos, ela, ainda segurando meu braço com força, disse nervosa:

— Quer saber? Você é minha sim! Agora, é minha, e eu não quero saber se você quer um tempo pra ser uma pessoa melhor, vai ser melhor agora porque de hoje em diante você é minha, porra!

Eu estava realmente apavorada! Será que ela estava brincando comigo, se vingando, ou será que ela falava sério? Eu nunca fui do tipo que olha pelo lado negativo ou pelo lado improvável, então simplesmente olhei bem fundo nos olhos dela, tentando ter a mesma intensidade que Bianca tinha quando me olhava (porque ela dava medo), e sussurrei:

— Isso é uma ordem pra que eu seja sua...?

Ela me puxou para mais perto, quase colando nossos rostos, e sussurrou de volta:

— Sim. Minha.

— Sua... namorada?

Ficamos em silêncio. Era como se ela não tivesse percebido o que me mandava fazer. Eu ergui uma das sobrancelhas, e ela logo fez o mesmo. Eram poucas as garotas que eu conhecia que sabiam fazer isso, e eu sempre achei um charme. Talvez ela não percebesse, mas o que eu mais queria fosse que ela respondesse que sim... Porque eu sempre fui e sou uma viciada em relacionamentos longos.

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